Unidas pela língua, separadas por um oceano...

     E LIGADAS PELO CORAÇÃO!

     Olá, raparigas!

     Tudo bem com vocês? Não, não estou chamando ninguém de nomes inapropriados, mas escrevendo em homenagem a nossas amigas d´além-mar! E sabe por quê? Porque hoje eu encontrei minha "mãe portuguesa" e porque quero aproveitar e agradecer a todas as meninas de Portugal que escrevem suas vidas em blogues e tanto me ajudaram no começo deste tratamento (e me ajudam até hoje!).

     Vivemos em países tão distintos em alguns aspectos, mas tão parecidos em outros tantos, e percebemos que as angústias, as ansiedades e os medos são similares quando nos deparamos com um diagnóstico como esse. Não importa de onde viemos, que educação tivemos ou que tipo de acesso aos serviços de saúde teremos. O medo vem e fica... A vontade da cura e a fé, não importando qual a religião, se instala e nos dá forças a seguir nessa luta. E vemos que somos todas iguais.

     E por falar em fé e em portuguesas, não poderia deixar de citar Nossa Senhora de Fátima. Nesse momento peço desculpas a quem não acredita, prometo não me prolongar muito nessa assunto religioso. Jamais será minha vontade induzir alguém a acreditar no que quer que seja, mas preciso dividir com quem queira ler o porquê de eu estar cada vez mais devota Dela. E isso tem, claro, a ver com as minhas "amigas portuguesas".

 
      Como quase toda brasileira, sou descendente de portugueses. Meu sobrenome Loureiro que não me deixa mentir, mas eu não sei em que parte da minha árvore genealógica se encontra esse parente que veio de além-mar. Mas, talvez por falarmos a mesma língua, por só sermos uma nação porque um português resolveu desbravar os mares e chegar por aqui, etc e etc, é que simpatizamos com os portugueses. E eu ando simpatizando ainda mais...

    
     Primeiro de tudo, porque tenho uma "mãe portuguesa" mais do que especial. Conheci a Cila há alguns anos aqui no Rio, através de uma amiga. Sabe quando o "santo bate"? (blog ecumênico, hein?) Pois é, bateu. Ela é um amor, um ser iluminado, uma fofa e tudo de melhor que você puder encaixar numa pessoa. Por mais que estejamos longe, sinto um carinho enorme por ela. E senti através de suas palavras, de seus gestos que a recíproca é verdadeira. E aí entra Nossa Senhora de Fátima.

     Quando eu mudei para o meu cafofo, minha mãe me deu uma imagem que ela havia ganhado de um paciente (português, claro!). Dessas que o manto muda de cor de acordo com a umidade do ar. Era a 1a santinha a morar comigo na minha nova casinha. E por isso só, ela já era importante. Era minha 1a companheira. Depois disso, fui à missa na igreja dedicada a ela, no bairro de Fátima no dia 13 de maio (dia dela!), ganhei uma rosa a qual me acompanhou durante toda a quimio e sempre se mantendo quase inteira... Uma prima viajou para Fátima e ainda levou um "voto de cera" meu, agradecendo pela cirurgia bem sucedida e ainda me trouxe um vidrinho com água benta. E mais uma vez, Nossa Senhora de Fátima esteve presente em momentos difíceis. Sempre que me sinto "aperreada", coloco um pouco dessa água e me sinto protegida.

 
      Mas, vocês devem estar se perguntando? E a Cila e N.Sra Fátima nisso tudo? Pois é... Coisas do destino, do acaso ou do que vocês quiserem acreditar... Estava eu na sala de espera de um exame insuportável (na escala de 0-10 da insuportabilidade, ele atingia o 9, perdendo apenas para a ressonância e a ultra transvaginal... esses são hors-concours - DETESTO!), quando a Ana (a amiga que me apresentou a Cila!), adentra o recinto (foi bonito isso, né? Praticamente uma escritora séria!) e me entrega uma caixinha. Era uma Nossa Senhora de Fátima, vinda diretamente de Portugal! E a partir dali eu tive a certeza de que o exame daria certo. Minha fé aumentou ainda mais e meu carinho pela Cila também. É muito bom saber que você é querida, que uma pessoa que se encontra tão distante "fisicamente" falando, pensa e torce por você.

     E, já que estou falando em portuguesas queridas, não poderia deixar de citar as que tanto me ajudaram (e ajudam!) através dos seus blogues. Assim que me descobri com câncer, pesquisei vários blogs, para ver se a informação, se a experiência alheia me ajudaria... E como ajudou! Deixo aqui meu muito obrigada às meninas (ou seriam raparigas) dos blogues de Portugal:
http://abatalha-cancrodamama.blogspot.com/;
http://acrcamoes.blogspot.com/;
http://anapaulacaetano974.blogspot.com/?zx=433d358ae24c66aa
E mais tantas outras...

E deixo aqui uma música do Chico Buarque, que acho linda...
"Foi bonita a festa, pá..."